quarta-feira, 3 de março de 2010

"Canção do exílio"





Canção do exílio de Gonçalves Dias.




Minha terra tem palmeiras, 

Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 


Paráfrase - Uma estrofe do poema "Um dia depois do outro" de Cassiano Ricardo:


Esta saudade que fere,
Mais do que as outras quiçá,
Sem exílio nem palmeira
Onde cante um sabiá.


E uma paródia por Oswald de Andrade a partir da mesma estrofe de Gonçalves Dias:


"Canto de regresso à pátria"


Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá.






Xeros!

11 comentários:

  1. Amo esse poema, seu blog também é muito legal. Obrigado por estar me seguindo Xoxo

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  2. Ana,
    vc sabia que durante toda minha vida escolar fui recitadora oficial de poemas. Este do Gonçalves Dias sei de cor até hoje.
    Com relação a sua pergunta lá no blog a imagem é do Picasso. Sempre esqueço de dar os creditos, coisa feia né.
    Bjs.

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  3. Bom dia!!!
    Este poema é lindo demais.....
    Bjss ♥

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  4. Bela lembrança...gosto muito e tb trabalhei paráfrase e paródia com este poema na faculdade!
    bjoks

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  5. Nossa, esse post me levou a minha infância :)

    beijoss

    estou te esperando na promoção do Vida!

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  6. A canção ajuda a refletir em motivação, crescer é aproveitar momentos como estes, abraço grande.

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  7. Atrevido que bom que você também veio me visitar.

    Fátima, espero ver você um dia recitando um poema. Parabéns.
    Apesar de não saber de quem realmente era a imagem, por pouco que conheço, imaginei ser do Picasso.

    Teresa, Yasmine, Luci, Giovana, é muito bom relembrar essas coisas. Concordo com vocês.

    Tati, eu também estou estudando isso, por esse o motivo desse post. Mas esse poema é a cara do meu pai.

    Eduardo, que satisfação em tê-lo aqui no blog. Seja sempre bem vindo!

    Xeros para todos

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  8. Olá Ana Karla!
    Adorei a proposta e conteúdo do teu blog e por isto sou um seguidor. Espero receber a tua visita e agradeço por postar esta maravilhosa Canção do Exílio, do meu conterrâneo Antônio Gonçalves Dias.
    Realmente este poema nos leva ao tempo de infância!
    Que maravilha!!!

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  9. Benito, fiquei alegre com sua visita e já agradeço suas palavras tão especiais para meus ouvidos.
    Seja muito benvindo!

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